5 minutos de leituraAprender dormindo: é realmente possível? FA conta tudo!
O cérebro é um dos órgãos mais complexos que temos, muitos são os seus mistérios, tanto que ainda há muito que não conhecemos. Quando pensamos nele no momento do sono, a complexidade é ainda maior, isso porque, mesmo com a inconsciência, ele continua mandando sinais, absorvendo informações, entre tantas outras coisas.
Dito isso, você sabia que é possível aprender dormindo? É só uma das muitas funções e coisas extraordinárias que o nosso cérebro é capaz de fazer.
É claro que não é algo mais efetivo do que o aprendizado consciente, mas é uma boa maneira de introduzir novos assuntos, induzindo a mente a captar mais conhecimento e internalizá-lo.
Você quer saber como somos capazes disso? Para entender mais sobre esse assunto, acompanhe a leitura. Vamos lá!
Como posso aprender dormindo? Entenda o fenômeno
Que o ato de dormir é um dos mais importantes para a nossa saúde, todo mundo já sabe. O dormir nos ajuda a descansar, relaxar o corpo, desligar um pouco das preocupações do dia, entre tantas outras coisas.
Mas, dormindo, também podemos aprender, sabia? A mente humana é cheia de facetas e capaz de muitas coisas, inclusive de adquirir conhecimento enquanto está em um estado de inconsciência.
Não tem aqueles momentos, antes de dormir, que ficamos mexendo no celular ou assistindo a algum filme e, quando dormimos, as coisas que vimos aparecem em nossos sonhos? Pode não ser da mesma forma, mas, ainda sim, estão ali presentes.
O ato de aprender enquanto dormimos funciona mais ou menos assim. O nosso cérebro, no momento do sono, internaliza tudo o que aprendemos, vimos e falamos durante o dia, sejam atos corriqueiros ou novidades, sendo assim, ele não fica “desligado”.
Mesmo que as ondas cerebrais não estejam em tanto movimento como durante o dia, ainda estão presentes e reagem a estímulos.
Há muito, pesquisadores realizam diversos estudos sobre o aprendizado no sono, se ele é realmente efetivo ou não. A resposta não vai nem tanto para o lado positivo quanto para o negativo. Como já foi dito, nossa mente aprende, sim, mas não tão ativamente quanto se você estivesse acordado.
O que os estudos dizem? Um olhar de autoridade
A Universidade de Berna, localizada na Suíça, fez um estudo com diversos voluntários com o intuito de comprovar se somos capazes de fazer associações no momento do sono com a atividade que as células cerebrais estão fazendo.
A base para a pesquisa é que, durante o sono profundo, essas células ainda ficam ativas por um determinado tempo, só então passam a ficar inativas, e isso ocorre a cada meio segundo. Assim, em todo esse tempo, nossa memória é fortalecida, consolidando-se, portanto temos a capacidade de absorver coisas novas.
Para testar essa hipótese, os pesquisadores fizeram os voluntários ouvirem duas palavras enquanto estavam na fase de sono profundo, em um idioma inventado que remetesse a vocábulos de sua língua nativa, o alemão.
Assim, na língua nativa, as palavras eram “chave” e “elefante”, as quais foram relacionadas, no vocabulário inventado, respectivamente a “tofer” e a “guga”. Feito todo o processo, assim que os voluntários acordaram, foram questionados sobre qual palavra remetia a algo grande e qual a algo pequeno.
A comemoração da equipe foi que todos eles conseguiram associar os vocábulos corretamente, mesmo os ouvindo no momento do sono profundo.
Esse aprendizado se dá porque o hipocampo e o sistema semântico do cérebro trabalham juntos para recuperar o que foi absorvido no momento de inconsciência. Assim, cai por terra o pensamento de que dormir é perda de tempo, não é? Já falamos e reafirmamos: dormir é essencial!
Entretanto, a cautela deve ser levada em consideração, esse sistema de aprendizagem não pode ser tão recorrente, isso porque as funções que o cérebro já desempenham nesses momentos pode ser atrapalhada e, consequente, o sono fica pior.
É possível aprender um novo idioma dormindo então?
Agora que essas brechas de aprendizado foram comprovadas, é possível adquirir conhecimentos mais consistentes e complexos, como um novo idioma? Essa pode ser uma dúvida, afinal seria muito mais simples se a resposta fosse positiva, não é?
Novamente, não é nem tanto para o positivo quanto para o negativo. A realidade é que é possível sim, mas não da maneira eficaz que um curso de conversação e outras estratégias pode fazer.
A MosaLingua, uma empresa que tem um método de ensinar línguas diferentes por meio de aplicativos, fez uma pesquisa sobre a possibilidade de se aprender dormindo. O aplicativo da empresa conta com uma funcionalidade que ensina novas palavras, em um looping, que pode ser escutada enquanto a pessoa dorme.
Durante um período de tempo, voluntários utilizaram do dispositivo para aprender um novo idioma e o resultado foi que 67% dessas pessoas aumentaram o seu desempenho na memorização dos vocabulários estrangeiros.
Mas tudo isso só foi possível com as pessoas que já tinham ou tiveram contato com frases parecidas, com um conhecimento básico de cada língua. Assim, aprender uma coisa totalmente nova não é tão eficaz, visto que apenas 28% das pessoas tiveram uma resposta positiva.
Dito isso, conclui-se que, durante o sono, é mais fácil e efetivo trabalhar com os conhecimentos prévios, melhorando-os para que a consolidação da memória entre em ação.
O que tiramos de tudo isso é que os estudos não devem parar e é possível, sim, melhorar suas habilidades durante esse momento, desde que seja com métodos que não são tão invasivos ao cérebro e que não prejudiquem sua capacidade de descanso.
Imagina que legal melhorar suas habilidades linguísticas? Os pesquisadores não podem parar, quem sabe haja comprovações e métodos que tenham alto desempenho e que possam ser aplicados no dia a dia.
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