7 minutos de leituraO que são e como funcionam os pesadelos
O sono é um universo com muitos campos ainda desconhecidos do entendimento humano. E nesse lugar, os pesadelos certamente são aquela parte mais obscura e medonha. Mas afinal, por que temos essas manifestações estranhas e tão abstratas? Qual sua função e como acontecem? Descubra na publicação hoje!
Afinal, o que são os pesadelos?
Em geral, eles são manifestações abstratas do trabalho da nossa memória com os sentimentos. É como se, durante o sono, as coisas que pensamos, sentimos e vemos fossem processadas e “cozidas” num caldeirão do cérebro. Nesse processo, acabam criando combinações de imagens, sons e sensações estranhas.
Por mais incrível que a neurociência seja, ainda não temos tantas informações práticas sobre os sonhos. Estranho, inclusive, é uma definição interessante para os pesadelos. Mais do que medo, o estranhamento, a angústia e o constrangimento são os sentimentos mais recorrentes em períodos de sonhos que prejudicam o sono em geral.
Para melhorar o seu sono e evitar os pesadelos, veja também: Colchão de mola ou espuma? Veja as vantagens de cada um!
De onde surgem os pesadelos?
O pesadelo é algo bastante natural, tanto entre adultos quanto com crianças. Mais de 30% dos adultos têm pesadelos mensalmente, e de 2 a 8% os experienciam de forma recorrente. Mas, na verdade, quem realmente sofre com noites mal dormidas, são as crianças.
Os sonhos acontecem com mais intensidade durante a fase do sono chamada R.E.M. Nela, o nosso cérebro trabalha com alta intensidade, e é um momento em que muitos neurotransmissores trabalham “saneando” nossos pensamentos e sentimentos. É uma fase muito importante para nos curarmos do estresse – mas também é um momento em que muitas manifestações assustadoras acontecem em nossa consciência.
Alguns estudos dizem que os pesadelos são vistos em cerca de 10 a 50% da população pediátrica, sobre tudo, as crianças que sofrem com distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
O que pode causar pesadelos?
Não teria como não falar de pioneiros como Freud e Jung, que através da psicanálise adicionaram fundamentos simbólicos e dialógicos a mundos e temas ainda inexplorados. Uma das conclusões mais fortes de ambos os autores é que: os pesadelos têm forte relação com situações traumáticas e estresses.
Realmente, conforme o artigo: Parassomias: Uma Revisão Abrangente, publicado na National Library Of Medicine — Biblioteca Nacional de Medicina, dos EUA — podemos comprovar que os pesadelos são induzidos por eventos de estresses muito traumáticos, capazes de influenciar em uma boa noite de sono.
Verdadeiramente, o estresse pós-traumático é uma das situações mais favoráveis para que os pesadelos aconteçam. Afinal, os sonhos em geral são um lugar de aprendizado, prática de sentimentos e imagens que se repetem em nossa vida — alguns de propósito, e outros que buscamos esconder.
No estresse pós-traumático revivemos momentos de nossa vida que nos causaram choques, treinando-os e revisitando-os. Situações estressantes que enfrentamos também costumam aparecer de alguma forma nos sonhos, e nossos estresses diários são um prato cheio para pesadelos.
Situações externas que também podem causar pesadelos
Outras situações que costumam ser propícias para pesadelos são condições como a privação de sono, a ansiedade e medicamentos antidepressivos, pois são responsáveis por aumentar a fase R.E.M — justamente onde mais temos pesadelos.
Como na fase R.E.M, nosso cérebro está bastante ativo, ficamos muitos sensíveis ao que acontece em nosso corpo e ao nosso redor. Por isso, mais do que memórias e sentimentos, nossos pesadelos podem ser influenciados pelo ambiente em que estamos. Um quarto muito barulhento, pode ser um desses principais problemas externos.
Outro fator muito comum, que pode causar pesadelos, é dormir com a barriga cheia. Essa prática força o metabolismo a trabalhar com mais intensidade, e prejudica as noites de sono. Uma forma para evitar dormir de barriga cheia, é ter uma alimentação saudável com alimentos que ajudam a melhorar o sono.
A má postura ou desconforto físico também podem estar relacionados aos pesadelos. As camas e colchões em que dormimos influenciam diretamente nesse requisito. A própria Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo indica: os colchões para uma boa noite de sono, precisam ser ergonômicos e estar de acordo com o peso de cada pessoa.
Parassomia do sono: conheça toda elas!
O pesadelo é um dos tipos de parassomias que o nosso cérebro pode sofrer durante o sono, mas ele não é o único!
O Hospital Albert Einstein define parassomia do sono como: alguns comportamentos episódicos — indesejáveis e muito desagradáveis — que podem ocorrer no início, meio ou fim do sono.
Os principais tipos de parassomia do sono, além dos pesadelos, são:
- Despertar confusional;
- Sonambulismo;
- Terror noturno;
- Sonos ruins;
- Trastorno comportamental durante o sono.
Todos eles são situações diferentes. Acredite!
Por exemplo, por mais que pareçam manifestações de natureza similares, o sonambulismo e o terror noturno são distúrbios geralmente de natureza física que acontecem especialmente pela falta de descanso corporal enquanto dormimos.
Eles causam despertares bruscos e angustiados e esses momentos, podemos até mesmo levar alguns sustos durante o sono
Já os sonhos ruins podem ser apenas imagens estranhas e abstratas, mas sem necessariamente ter uma carga emocional tão forte ligada a sentimentos. Ao contrário dos pesadelos, que costumam gerar uma reação mais forte que os sonhos, mas mais tranquilas que os terrores noturnos.
Pesadelos recorrentes: entenda como prevenir!
Uma parcela da população sofre com um ritmo de pesadelos muito alto e frequente. Por mais que isso tenha sido normalizado por uma parte da sociedade, isso não deveria ser algo comum!
Como vimos um pouco mais acima, os pesadelos podem ser causados estresse pós-traumáticos, ambientes desagradáveis e uma má alimentação.
Algumas dessas situações, quando muito agravadas, podem causar episódios muito intensos e recorrentes de pesadelos — que trazem muitos prejuízos para a qualidade de vida da pessoa. Insônia crônica, depressão e ansiedade, podem ser causados por noites muito turbulentas e cheias de pesadelos.
Em maior parte desses casos, nada pode substituir um acompanhamento profissional dedicado para lidar com as causas, mas algumas medidas certamente podem auxiliar no dia a dia. As principais maneiras de se cuidar para não ter pesadelos, são:
- Faça uma boa higiene do sono antes de dormir;
- Evite consumir alimentos pesados até 2h antes de dormir;
- Esqueça os problemas pendentes durante o horário de dormir;
- Sempre durma em um bom colchão;
- Durma em ambientes escuros e calmos;
- Trabalhe o seu autoconhecimento.
Já anotou o seu checklist aí? Todos esses bons costumes são muito importantes não só para evitar pesadelos, mas também para garantir uma noite de sono melhor!
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Use os seus pesadelos a seu favor! Entenda como aproveitá-los
Os pesadelos também podem ser experiências criativas e de aprendizado e até inspiradoras — quando acontecem ocasionalmente, é lógico! Mas como assim?
Basta pensarmos em tantas mentes brilhantes, presentes no universo cinematográfico — principalmente os produtores de filmes de terror. Edgar Allan Poe, Stephen King e Augusto dos Anjos são grandes nomes que se inspiram em seus próprios pesadelos.
Uma forma de fazer isso, é anotar todos os pesadelos — ou até mesmo os sonhos — logo quando despertar. Ao longo do dia, especialmente antes de dormir, mentalize novos desfechos e narrativas positivas para a sua história.
Essa tática tem sido empregada com sucesso no tratamento de pessoas que lidam com estresse pós-traumático e os ajudam a lidar melhor com os seus problemas.
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Estamos te esperando no próximo post! Até logo!