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6 minutos de leituraEspasmos dormindo: por que acontecem e o que significam?

Você já teve a sensação de estar pegando no sono e sentir como se estivesse caindo ou se desequilibrando, e de repente acordou no susto com um espasmo involuntário?

Esse movimento é muito comum, e proporciona uma sensação semelhante a de um choque, que pode variar de frequência e de intensidade.

Normalmente, trata-se de uma reação fisiológica natural do corpo que também pode ser chamada de mioclonia noturna. Entenda mais sobre neste post!

O que são os espasmos musculares durante o sono?

Para responder essa pergunta, vamos voltar brevemente ao que conhecemos das fases do sono. Existem 4: sono leve, sono médio, sono profundo, e sono R.E.M.

É na primeira delas que os espasmos se manifestam.

O sono leve é basicamente uma fase de transição entre a vigília e o sono. Momento onde as ondas cerebrais desaceleram seu ritmo, e a atividade muscular do corpo cai rapidamente.

As mioclonias, ou espasmos noturnos se manifestam nessa fase, e são caracterizadas por movimentos breves, bruscos e involuntários.

Causados por descargas musculares repetitivas ou únicas, esses espasmos dormindo podem se manifestar espontaneamente, em função de algum ruído, ou ainda por conta de algum movimento externo que estimule a percepção visual.

É normal ter espasmos dormindo?

Uma média de 70% das pessoas têm episódios de espasmos noturnos, experienciando a mioclonia do sono.

O que acontece muitas vezes sem que elas saibam, em casos onde as contrações não são gravadas na memória e nem chegam a acordar o indivíduo.

Contudo, na grande maioria dos casos, os espasmos não são sinônimos de preocupação, especialmente quando são muito breves, já que trata-se de uma resposta natural do corpo que não prejudica a qualidade de vida ou o bem-estar do indivíduo.

Existem alguns quadros pontuais em que essa reação pode ser sinal de problemas metabólicos, alguma reação medicamentosa, ou distúrbios no sistema nervoso, como a epilepsia.

No entanto, só um médico pode diagnosticar um paciente dessa forma.

Por isso, é válido observar a intensidade e repetição dos episódios, e caso haja motivos para suspeita de alguma dessas condições, procurar um médico a fim de receber um diagnóstico e encontrar as formas específicas de tratamento.

O que causa espasmos durante o sono?

Os espasmos que temos dormindo na maioria das vezes estão relacionados a razões como fadiga, estresse, consumo de cafeína e outros estimulantes antes de dormir. Tudo isso pode causar inquietude e esses reflexos musculares durante o sono.

A má qualidade do sono em casos de insônia ou mesmo horários desregulados também podem ser causas para as contrações. Nesses casos é possível praticar a terapia do sono como exercício para conquistar maior qualidade do sono.

Além desses, os motivos também podem estar relacionados a modificações no sistema nervoso. Seja por dificuldades metabólicas, reações medicamentosas, efeito da prática de exercícios físicos ou ansiedade.

 

Quais são os tipos de mioclonia?

A conclusão dos especialistas para essa curiosa reação corporal é que durante o sono leve, o sistema nervoso motor ainda está, em algum nível, sob controle do corpo, e por isso pode conflitar com outros sistemas ocasionando essas reações nervosas.

Diante disso, e conforme as causas a mioclonia noturna pode ser dividida em 4 tipos:

Mioclonia primária ou idiopática

O termo idiopática se refere a algo no qual não se tem conhecimento da causa.

Diante das mioclonias idiopáticas os espasmos se manifestam espontaneamente, e não tem relação com outros sintomas, tampouco doenças que possam interferir na execução das tarefas rotineiras de alguém.

Esse tipo de mioclonia é em sua maioria genética, e é transmitida de forma hereditária. Nela os indivíduos passam por episódios imprevisíveis e frequentes que podem piorar conforme estímulos sonoros ou a movimentos de distonia.

Mioclonia fisiológica

Esse tipo de mioclonia é o mais comum, e pode acontecer com qualquer pessoa saudável, sem significar um indício de qualquer problema ou necessidade de tratamento.

Normalmente está ligada a condições normais do organismo, tanto que pode aparecer como reflexo de tremores, espasmos ansiosos, soluços, prática de exercícios físicos e alterações nervosas. Muito comum no início ou ao final do sono.

Mioclonia epiléptica

Esse tipo de mioclonia tem causas mais graves, e está relacionado diretamente, como o próprio nome diz, à epilepsia.

Nesse caso o paciente lida com quadros convulsivos, com movimentos e tremores rápidos em diferentes partes do corpo, e especialmente nos membros.

Diante disso, é necessário contar com um acompanhamento médico e o uso de medicamentos que controlem a incidência desses reflexos, que normalmente começam a aparecer na adolescência ou mesmo na infância.

Mioclonia secundária

A mioclonia secundária também é chamada de mioclonia sintomática. Isso porque nesse caso os abalos aparecem como consequência de outras condições clínicas.

Ela é mais frequente e está associada a doenças degenerativas, concussões na cabeça, lesões na medula espinhal, falência de órgãos como rim e fígado, doenças autoimunes, distúrbios metabólicos, infecções intoxicações e medicamentos.

Existe tratamento para os espasmos durante o sono?

Como vimos, existem e são maioria os casos de espasmos dormindo que são apenas fisiológicos e não requerem nenhum tipo de tratamento.

Porém, existem também aqueles em que as contrações possuem causas que justificam a necessidade de tratamento. Dessa forma podemos listá-los da seguinte forma:

  • quadros fisiológicos: que não necessitam de tratamento algum;
  • formas primárias e a epilética: que poder ser tratadas com medicações anticonvulsivantes;
  • formas secundárias: que por estarem associadas a medicação, disfunções ou infecções melhoram com a reparação dessas fontes;

Além da intervenção medicamentosa através de tranquilizantes e anticonvulsivantes, a terapia ocupacional também se apresenta como uma solução. Principalmente nos casos em que os episódios têm relação com situações cotidianas como stress, ingestão de estimulantes, e quadros ansiosos.

Ou ainda, em eventos onde apenas uma parte do corpo é afetada, as aplicações de Botox podem ser uma saída, uma vez que o Botox é capaz de inibir as mensagens químicas que causam a contração muscular.

Essa foi a nossa desmistificação dos espasmos durante o sono. Curtiu o conteúdo? Confira também o nosso post que explica a Síndrome das Pernas Inquietas e como ela pode afetar seu sono!

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